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Projeto voluntário de Cláudio Joaquim dos Santos Braga.
José Joaquim Campos Leão (Qorpo-Santo) - Eu sou a vida, eu não sou a morte Imagem em formato de círculo com a bandeira do Brasil, no site é utilizada para escolhe o idioma Português



Clique para abrir... 251Eu-sou-a-vida-eu-nao-sou-a-morte.pdf.


(1829-1883)


Em 1877, o gaúcho José Joaquim Campos Leão, já autodenominado Qorpo-Santo, conseguiu autorização para abrir uma tipografia. Era a oportunidade que lhe restava para imprimir obras de sua autoria. Seus planos eram audaciosos, mas sua mente, já enferma, começava a preocupar os familiares. Até sua morte, provocada pela tuberculose em 1883, imprimiu em mau papel e com uma ortografia que repugnava o leitor de então os nove volumes de Ensiqlopédia, seu testamento literário. Da coleção, perderam-se dois volumes e, dos outros sete, existe apenas um exemplar de cada.

Os dados conhecidos de sua vida vêm de uma autobiografia, já escrita com sua peculiar ortografia. José Joaquim de Campos Leão nasceu em 1829, na Vila do Triunfo, Rio Grande do Sul. Sua vida transcorre normal, habilitando-se para o magistério até chegar aos 30 anos, quando acreditou-se santo e resolveu adotar o pseudônimo.

Em 1862, surgem as primeiras manifestações da doença que levariam a família a pedir intervenção judicial de seus bens. É avaliado por dois peritos de Porto Alegre, mas os médicos divergem sobre sua sanidade mental. Começa, então, a escrever compulsivamente os textos que vão compor a Ensiqlopédia.
Transgressão - Em 1873, sofre as primeiras perseguições por suas idéias, publicadas em alguns jornais locais. Também nessa época, Qorpo-Santo começa a sentir os primeiros sintomas de problemas respiratórios. Mesmo assim, não interrompe a escrita - o planejamento, sem ser rigoroso, apresenta divisões não muito nítidas, alternando texto em prosa e em verso. É o período em que desenvolve as peças de teatro, com suas características de transgressoras e de vanguarda.

Começou então um período de total silêncio sobre a obra de Qorpo-Santo, até a redescoberta, promovida pelo estudioso Guilhermino César, que organizou a primeira edição das peças teatrais, em 1969. O colecionador Julio Petersen, de Porto Alegre, localizou três volumes, outro foi doado ao Instituto Histórico da capital gaúcha e outros três pertencem à família Assis Brasil.



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